sábado, 8 de maio de 2010

Ética no Yoga




Para o Yogue, o comportamento mais ético que se pode alcançar, é seguir e respeitar o Dharma, uma tradição védica em que o ser humano entra em contato com o “caminho para a verdade superior”. O Hinduismo seria um rotulo ocidental para o que se entende por Dharma.
Se for pensando em dever, caminho, missão, ética, deus, Infinito, sagrado, eterno, se pensa em dharma. A busca por uma verdade, que não é uma verdade pessoal, ou até mesmo de um grupo, mas uma verdade absoluta que não pode ser objetivada.
Desta forma é necessária uma humildação conjunta para que esse caminho em direção a verdade absoluta, o Dharma, aconteça de fato, pois, depositar expectativas absolutas em um mundo que é relativo, é que leva ao sofrimento.
Por isso, a disciplina é importante para que esse caminho de conhecimento aconteça, para que se consiga encarar as dificuldades deste processo, já que o individuo que é tão suscetível as influencias e tão identificado com o ego precisa de uma direção.
Essa disciplina, dentro da tradição do Yoga, é exemplificada em um dos mais belos códigos de Ética já visto pela humanidade, os Yoga Sutras de Patandjali, que não pode ser considerado apenas um código de ética, mas um tratado filosófico, um estilo de vida.
Os textos védicos foram levados à Índia pelo povo ariano, e esses conhecimentos foram resgatados a cerca de 800 anos antes de cristo quando foram escritos os upanishads, que deram origem ao que chamamos de hinduismo e suas variações. Patandjali apenas relatou um conhecimento que já existia há muito tempo, através de um texto simbólico, em que a palavra é o símbolo, e que torna normal alguma incompatibilidade entre duas analises ou traduções.
Como o texto é simbólico, cada observador, comentarista ou estudioso deve buscar a sua própria percepção do que foi escrito. No Mahabharata é dito que se não buscarmos uma interpretação própria dos textos sagrados, não somos diferentes de uma colher, que transporta a sopa, mas nunca consegue experimentar o sabor. E isto torna peculiar o aspecto subjetivo da ética, onde a consciência moral se torna diferente por um outro sentido que se da a dever, a direito e a responsabilidade.
Deve-se aprender a lidar com os Yoga Sutras, pois sendo sua linguagem simbólica, a razão e a lógica não são suficientes para que se atinja seu real significado. Utilizar razão e logica simplesmente não atinge o que os indianos chamam de nível budico de entendimento, onde o dialogo é mais contemplativo, da mesma forma que o dialogo de platão, que diz que tudo existe antes no chamado mundo das idéias de forma arquetipica.
Todo esse código permite que o homem desenvolva uma solidariedade ao Dharma, ao todo, permitindo afinidades que vão modelando a personalidade dos indivíduos em mais de uma vida.
Dessa forma, a ética no Yoga se faz um pouco diferente, pois como o comportamento humano tem um caráter social, esse grupamento vai entender ética de acordo com os elementos dentro dessa cultura. Porém, de uma forma peculiarmente bonita, já que um dos objetivos do Yoga é um cuidado em relação ao outro, aonde independente de normas que virem leis, o cuidado e o respeito já estão implícitos.
Afinal, como yogue, eu reverencio em você a mesma divindade que habita em mim.


Um comentário:

  1. Igor querido,
    eu te reverencio como centelha divina e como grande ser humano que és.
    Sinto-me mto abençoada pela oportunidade que Deus me deu, nesta vida, por te conhecer ou reencontrar....
    Te amo.
    Om Shanti

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