sábado, 25 de junho de 2011

PERENIDADE







Nada no mundo se repete.
Nenhuma hora é igual a que passou,
Cada fruto que vem cria e repete
Uma doçura que ninguém provou

Mas a vida deseja
Em cada recomeço o mesmo fim
E a borboleta, mal desperta, adeja
Pelas ruas floridas do jardim

Homem novo que vens, olha a beleza!
Olha a graça que teu instinto pede
Tira da natureza
o luxo eterno que ela te concede.



Miguel Torga

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